LUIZ ALVES PINTO
( Brasil – Pernambuco )
(? 1745 - ? 1815 )
Luís Alves Pinto (Recife, (data provável de nascimento e falecimento) 1745 — c. 1815), na Encyclopedia of Latin American Theater aparece como sendo (1719-1789), foi um poeta brasileiro.
Compôs sonetos e a primeira comédia brasileira, intitulada Amor Mal Correspondido, representada no Teatro Público da Cidade do Recife, de 1780 a 1783.
CAMPOS, Antonio; CORDEIRO, Claudia. PERNAMBUCO, TERRA DA POESIA - Um painel da poesia pernambucana dos séculos XVI ao XXI. Recife: IMC; Rio de Janeiro: Escrituras, 2005.
628 p.. Ex. bibl. Antonio Miranda
O AMOR MAL CORRESPONDIDO
( excerto de comédia – ato I – cena I – clorinda)
"Fiéis vassalos, tenha hoje, Albânia
A maior glória, que lograra nunca;
A nossa pátria hoje se renova
Como o domínio que se lhe divulga.
Floribelo e Celauro generosos
Príncipe este de Atenas sempre augusta,
Aquele dessa Epiro vencedora,
Meus fortes aliados o promulgam.
Breve no ar flutuantes e galhardas,
Tantos pendões vereis quantas as turmas,
Que em rápidos ginetes alentados
Acompanharam as guerreiras turbas.
Ver hoje espero os dois triunfadores
Do inimigo soberbo, que subjuga
As margens do Paciolo, e a quem a Grécia
Obsequiosas adorações falculta.
Dos domsínios opimos de troante
Já sois dominadores. Com injúria
Das corte líricas, indigno
Ele os nossos limites descompunha.
Mas já frio receio a nossos peitos
Deixara de assaltar, que com astúcia
Nos infundia e ambição não vista fúria.
Por toda a Grécia as novas se espalharam,
Que impelidas à vergonhosa fuga,
Do rei Troante as tropas mais soberbas
Corriam derrotadas e confusas.
Soube que o Valeroso Florisbelo
O escudo embraça: a grande espada empunha
Vence e despoja dos vitais alentos
Dessa Grécia a fortíssima coluna.
Celauro rompe com a cavalaria
Todo o exército; mas com mais fortuna.
Eles repetiram as tristes ânsias
Em que o império desse Rei flutua.
Excelsa glória os coroas, e de mim longe
O apoucá-la em vozes diminutas;
Apenas em períodos mui breves
Minha ideia a catástrofe debuxa:
E havendo original, é desacerto
Fiar-se nas ideias da pintura.
(Vozes) Vivam os nossos generais, etc.
(In Biografia de Joaquim Inácio de Lima, 1985. P. 49-53)
|